Por ocasião do 65º Congresso Tradicionalista Gaúcho, foi aprovado como tema Quinquenal “PROJETO SOCIAL MTG VOLUNTARIADO”, tema este que passa a mensagem do verdadeiro
sentido de ser tradicionalista, pois ser voluntário no movimento é um
sentimento de que ser gaúcho vai além de cevar um mate e vestir uma bombacha, mas
sim explanar aos demais a história, os costumes, a tradição do Rio Grande do
Sul através do cantar, do declamar, do dançar, do ginetear e principalmente do
cultuar a herança deixada por nossos antepassados durante as tarefas mais
simples da vida. E para engrandecer ainda mais a proposta de dar seguimento aos
próximos 50 anos do Movimento. No mesmo congresso foi aprovado o tema anual do
MTG de 2017 que é: “RESGATANDO OS
LEGADOS DE 1947- 70 ANOS DA CHAMA CRIOULA E DO GRUPO DOS 8”. Para nós
tradicionalistas é uma honra em meio a tantas comemorações fazermos esta
homenagem ao grande e pioneiro desde Movimento o Senhor João Carlos D’Ávila
Paixão Côrtes, que comemorando 90 anos de vida, assim se mantem firme e forte
cultivando o tradicionalismo do Rio Grande do Sul.
Há exatamente 70 anos atrás oito
jovens deram inicio a tudo. Dentro do Departamento de Tradições Gaúchas no
Grêmio Estudantil do Colégio Júlio de Castilhos, tendo como a frente deste
grupo Paixão Côrtes, que encarou corajosamente para que os costumes e
características do homem campesino não se perdesse entre tantas mudanças e
influências norte-americanas que se havia no Brasil. Colocando suas bombachas e
cevando o mate de cada dia, foi a partir daí que se teve a grande ideia de
criar um Movimento para manter a identidade de nosso estado ainda viva. Assim
inicialmente se pensou o que poderia ser utilizando como esteio deste cultivo,
lembrou-se que o fogo é o maior símbolo de união entre os povos, como o Brasil
estava passando durante as comemorações da Semana da Pátria, em 7 de setembro
de 1947 num ato de improviso Paixão retirou com um cabo de vassoura a
centelhada da Pira da Pátria. Acendendo literalmente o orgulho e o valor de ser
gaúcho, dando inicio ao cultivo das tradições gaúchas. Esta centelha foi
tornada e batizada como Chama Crioula, a partir deste ato se começou a 1ª Ronda
Gaúcha que estendeu até o dia 20 de setembro do mesmo ano.
Mas é com base nos fatos históricos
citados, que este ano o Movimento Tradicionalista Gaúcho, passa á mensagem de
que devemos dar sequência aos próximos 70 anos da Chama Crioula. Seguimento que
tem seu futuro através das crianças e dos jovens, pois é neles e para eles que
devemos nos dedicar, ensinado e cultuando a história, o folclore e a tradição do
Rio grande do Sul. Realizando este culto em forma de palestras; atividades
recreativas; grupos de estudos; momentos culturais, artísticos e campeiros;
eventos e muito mais...
Mas
para isto tudo acontecer, temos de ser tradicionalistas natos, ou seja, agir em
união de mãos dadas com entidades e departamentos coirmãos, mostrando para
aqueles jovens e crianças que se espelham em nós o que é
ser verdadeiramente gaúcho de alma e coração. Assim tornando-os pessoas e
tradicionalistas melhores para o futuro do Movimento Tradicionalista Gaúcho,
relembrando os legados que foram impostos pelo Grupo dos Oito e reverenciando a
Chama Crioula que é o esteio desta sociedade tradicionalista. Para que os
mesmos preservem o núcleo de formação tradicionalista e a ideologia social
deste estado. Tendo como fonte principal o verdadeiro sentido de ser
tradicionalista e voluntario deste movimento que auxilia para o bem comum da
sociedade Rio-Grandense e também do mundo. Assim como foi citado por Barbosa
Lessa ao criar a Tese O sentido e o valor do tradicionalismo em 1954:
“O
Tradicionalismo consiste numa experiência do povo rio-grandense, no sentido de
auxiliar as forças que pugnam pelo melhor funcionamento da engrenagem da
sociedade. Como toda experiência social, não proporciona efeitos imediatamente
perceptíveis. O transcurso do tempo é que virá dizer do acerto ou não desta
campanha cultural. De qualquer forma, as gerações do futuro é que poderão
indicar, com intensidade, os efeitos desta nossa - por enquanto - pálida
experiência. E ao dizermos isso, estamos acentuando o erro daqueles que
acreditam ser o Tradicionalismo uma tentativa estéril de "retorno ao
passado". A realidade é justamente o oposto: o Tradicionalismo constrói
para o futuro”.

Carinhosamente,
Maria Eduarda Menezes Prado
1ª Prenda Mirim da 30ª RT
Gestão 2017-2018